quinta-feira, 28 de setembro de 2017

CARTA AO GOVERNO CHILENO PEDINDO QUE A JUSTIÇA SEJA ASSEGURADA AO POVO MAPUCHE

Solicitud del Departamento de Antropología de la Universidad Alberto Hurtado al Gobierno 




Lo que pedimos al Gobierno de Chile y al país es simple. El solo gesto de acoger a las familias mapuche enfrentadas a la muerte por  reclamar justicia. Lo que pedimos es simple: permitir que madres, esposas, hijos/as vean a sus hermanos encarcelados y garantizar un juicio limpio, sin la aplicación de leyes abyectas ni condenas mediáticas previas . No faltan para ello los mediadores ni las personas que de buena fe puedan concurrir a un acto que devuelva la vida a quienes - a cada segundo que pasa – la pierden.

Creemos que asegurar justicia, empero, no es posible cuando a los acusados se les ha imputado el ser terroristas. ¿Se puede ser justo frente a quien ya así es nombrado? Creemos que no, que no se puede, que cuando las cartas están echadas de una cierta manera la suerte está igualmente definida. Que es necesario, por el momento, juzgar de acuerdo a las leyes que la ciudadanía ha conferido a su poder judicial, leyes exenta de los vicios que hacen ilegítimas a aquellas llamadas antiterroristas. Y decimos por el momento pues, en definitiva, son leyes igualmente ajenas a un pueblo al que se desalojó de su tierra.
  
Y en esto debemos detenernos. ¿No ha sido ésta la forma como históricamente nuestro país ha juzgado al pueblo mapuche? ¿No hemos marcado acaso las cartas con que jugamos nuestro juego republicano? ¿No pronunciamos acaso como culpables de cualquier cosa al pueblo mapuche antes de iniciar juicio alguno? ¿No fue así como les expoliamos sus tierras?  

No es preciso remontarse a la temprana independencia para reencontrarse con el juicio turbio que enloda nuestra condición intercultural; basta con recordar la no tan remota transición a la democracia. No había transcurrido el primer decenio de gobiernos popularmente electos y ya estaban instaladas las fuerzas militarizadas de la policía chilena en Temulemu, en Angol, en Ralco, en Maiquillahue. Habíamos reconquistado la democracia y fuimos claros al hacer sentir al pueblo mapuche que ésta ya había dejado de ser su casa;  fue a ellos a quienes se llamó terroristas.

Desde entonces no han faltado chilenos, de gobiernos varios y de oposiciones varias, que han pedido invocar la espuria ley antiterrorista, sumando una veintena de años de terror a los siglos precedentes. 

El terror – y valga la iteración de la palabra – ha abundado más en la voz y en las acciones del Estado chileno que en parte alguna del territorio. Es por esto que afirmamos que el país, sus gobiernos y sus gentes no tenemos la soberanía moral como para acusar a quienes hemos acusado. Que por ello no podemos sino pedir a nuestras autoridades el gesto necesario para restablecer la cordura allí donde impera el agravio convertido en ley. 

Acoger, permitir que las familias se reúnan y asegurar justicia son deberes supremos, es lo que pedimos hagan nuestras autoridades.  
28 de septiembre de 2017


Desde ya agradecemos la acogida y difusión que puedan hacer de ella.
Saludos fraternales,

Firmantes,

Marta Alfonso, Académica del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Felipe Armstrong, Académico del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Francisco Blanco, Académico del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Javiera Bustamante, Académica del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Victoria Castro, Académica del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Itaci Correa, Académica del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Carol Chan, Académica del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Luis Cornejo, Académico del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Koen de Munter, Académico del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Francisca Márquez, Académica del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Miguel Pérez, Académico del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Carla Pinochet, Académica del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Leonardo Piña, Académico del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Boris Santander, Académico del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado
Juan Carlos Skewes, Académico del Departamento de Antropología, Universidad Alberto Hurtado

domingo, 3 de setembro de 2017

ADVOGADOS DO CASLAJUR SE REUNEM PARA DISCUTIR ESTRATÉGIAS JURÍDICAS DE DEFESA DA IDENTIDADE E DIREITOS SOCIOCULTURAIS DE FAXINAL

ADVOGADOS DO CASLAJUR SE REUNEM PARA DISCUTIR ESTRATÉGIAS JURÍDICAS DE DEFESA DA IDENTIDADE E DIREITOS SOCIOCULTURAIS DE FAXINAL 


Nesta última sexta-feira, dia 01 de setembro de 2017, os advogados voluntários CaslaJur se reuniram para traçar estratégias jurídicas para a defesa da identidade e dos Direitos culturais da comunidade rural faxinalense de Sete Saltos do Baixo, localizada no município de Ponta Grossa, Paraná.



Reunião dos Advogados Voluntários do CASLAJUR, os doutores Nadia Floriani, Adriano Falvo, Emerson Handa, Marcelo , Kenya Host e Alessandra Faraco. 

A reunião iniciou-se com a leitura das demandas dos moradores da comunidade sobre a atualização do estatuto e do regimento que conduzirá as práticas sociais da comunidade frente aos conflitos internos e externos vivenciados atualmente no referido território.

De acordo com a técnica do projeto ¨Selo Socioambiental de Produtos da Agrofloresta Faxinalense¨, a mestre em educação Ronir de Fátima G. Rodrigues, a comunidade apresenta alguns conflitos socioambientais que ferem as leis consuetudinárias relativas às formas de produção material e religiosa.

A título de explicação, pode-se dizer que um Faxinal trata de uma organização socioespacial rural que data da formação do Paraná agrário dos tropeiros e da erva-mate, há mais de 200 anos. Sua organização está baseada em uma relação intima com a floresta com Araucárias, em distintos graus de sustentabilidade ecológica, variando de comunidade para comunidade.

É possível adotar a paisagem como modelo para entender a organização social do território: o criadouro coletivo da Floresta com Araucárias, onde são criados à solta pequenos (porcos, cabras, ovinos) e grandes animais domésticos (muares, bovinos e equinos) que se abrigam e se alimentam dos frutos, folhas e raizes de árvores. Homens e mulheres retiram também da mata medicinas e madeira. Ainda dentro do criador comunitário, encontram-se as casas dos moradores, capelas, escola, quiosques, entre outros estabelecimentos. 

Assim, o criadouro comunitário é o centro da vida social faxinalense, que tem sua dimensão econômica privada nas ¨terras de plantar¨, circunvizinhas ao criador comunitário e separadas daquele pelos mata-burros (pontes vazadas que impedem a passagem dos animais para fora do criadouro).

Retornando ao referido Faxinal de Sete Saltos, os conflitos internos contemporâneos surgem principalmente com venda de terrenos do criadouro comunitário aos ¨chacreiros¨ vindos de outras localidades e que aportam e buscam reproduzir a lógica do regime de propriedade privada e a cultura urbana do individualismo. As práticas sociais dos novos moradores do criadouro comunitário entram em conflito com um modo de regime de uso coletivo da floresta. Com isso, o direito de passagem dos animais é impedido pelo cercamento dessas propriedades. 

Assim como em muitas outras comunidades rurais brasileiras e territórios tradicionais, outro fenômeno que incide em conflitos e tensões com o modo de vida tradicional é a entrada de igrejas evangélicas. Tal fenômeno de territorialização da igreja evangélica alcança o Faxinal Sete Saltos que presencia proibições e reprovações dos antigos cultos do catolicismo rústico pelos novos adeptos da igreja evangélica. Assim, as tradicionais procissões e suas festividades vêm sendo aos poucos proibidas e reprovadas no território.

Da mesma forma, o êxodo de jovens faxinalenses é um fenômeno também alarmante. Estes, sem perspectivas de trabalho, educação e lazer, e influenciados pela mídia de mercado que valoriza a cultura urbana e o consumismo, negam seu modo de vida, buscando abandonar a comunidade em busca de novas perspectivas nas cidades. 

Bem, a partir do exposto, é possível ter um ideia dos problemas atuais que assolam as comunidades tradicionais não só do estado do Paraná, mas como na América Latina rural em geral. Tal é o desafio, também do grupo de pesquisa Interconexões e da Casa Latino-americana, com o seu grupo de advogados populares.


Ambos os grupos sugeriram uma próxima visita para o detalhamento das demandas da comunidade e, proximamente, a participação na oficina de capacitação jurídica, conforme programação prevista no contexto do módulo de formação acadêmico-comunitário organizado pelas entidades da Rede.


Por Nicolas Floriani

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

REDE CASLA-CEPIAL, PROEX-UEPG E PPGEO-UEPG APOIAM A INICIATIVA DE LEVAR UNIVERSIDADE À COMUNIDADE

Regularmente ofertada, a Disciplina ¨Saberes Geoecológicos Tradicionais E Diversidade Socioterritorial¨, sob a responsabilidade do Prof. Dr. Nicolas Floriani, do Programa de Pós-graduação em Geografia da UEPG, será realizada neste ano fora dos ¨muros¨ da Universidade.

Apoiado por outros professores e profissionais voluntários da Rede Casla-Cepial, e pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais da UEPG, decidiu-se por realizar um período de vivência de uma semana na referida comunidade, onde serão trocadas experiências entre acadêmicos e habitantes do Faxinal.

A ideia vem ao encontro com os princípios da REDE que é dar voz aos atores  sociais historicamente inviabilizados pelas instituições formais (sistemas jurídicos, educacionais, democrático, etc), marcados pelo processo de modernização excludente, aproximando-se, com isso, das demandas reais das comunidades vulneráveis e em situação de conflitos socioterritoriais.

A disciplina contará com a participação dos seguintes professores: Nicolas (UEPG) , Almir Nabozny (UEPG), Tiago Augusto Barbosa (UEPG), Dimas Floriani (UFPR MADE), Adnilson Almeida Silva (UNIR), Josué de Castro Silva (UNIR), Maria das Graças Nascimento (UNIR), Antonio Haliski (UFPR Litoral), Sandra Engelmann (IFPR), Ancelmo Schoerner (UNIOESTE), Adilçon Campigoto (UNICENTRO), Reydi Moura (IESOL,-UEPG) e Luiz Alexandre Cunha (IESOL- UEPG), Marilisa do Roci Oliveira (PROEX-UEPG), Celbo Fonseca Rosas (PPGEO-UEPG), Tiago Augusto Barbosa (DEGEO-UEPG), João Dermiski (IFPR, Irati).

Além dos referidos professores, profissionais liberais voluntários da CASLA JUR também realizarão atividades no período: Gladys de Souza Sanchez (medica), dos advogados Emerson Handa, Kenya Horst, Nadia Pacher e Alessandra Faraco (CASLA JUR).

O grupo de Pesquisa Interconexões também terá participação na disciplina, ofertando cursos de capacitação aos faxinalenses em oficinas participativas:   Andrea Mayer Veiga (Msc. engenheira agrônoma),  Adelita Stanisky (Msc. geógrafa), Franciele Moreto (pedagoga), Ronir de Fatima G. Rodrigues (Msc. educação) Miriane Serrato (graduanda de geografia),Tamires Benky (administradora), Nilvan Laurindo (pedagoga).

A programação das atividades inclui aulas e leituras de textos, oficinas participativas, visitas ao território, conforme exposto abaixo.

PROGRAMAÇÂO


Segunda (16):

09h00 as 10h00
Direitos e Políticas Públicas para Populações Rurais Tradicionais.
Coordenação:
Dr. Valter Bianchini (EMATER-PR/FAO-BR)
Dr. Saint-Clair Honorato Santos (CAOPMA-MPP) 

10h00 as 15h30
Por uma epistemologia da diversidade e dos espaços marginais: (in)justiça ambiental, sujeitos subalternos, discursividades e res(x)istências no contexto do socioambientalismo contemporâneo. 
Coordenação:
Prof.Dr. Dimas Floriani (MADE-UFPR)
Prof.Dr. Almir Nabozny (PPGEO, UEPG)
Prof. Dr. Luiz Alexandre (PPGEO, UEPG)


16h00 produção de texto
Local: Casal Latino-americana, Curitiba, Paraná.

Terça (17):

9h00 as 15h00
UNIR  - Genero, territorialidade e Espiritualidade de Povos e Comunidades Tradicionais
Coordenação:
Prof. Dr.Josué da Costa Silva (PPGEO, UNIR)
Prof. Dr.Maria das Graças Silva Nascimento Silva (PPGEO, UNIR)
Prof. r. Ezequiel Westphal (IFPR, Paranaguá)

16h00 - Produção de texto
Local: Casa Latino-Americana, Curitiba-Paraná

Quarta (18)


09h00 as 15h00
Geograficidades, Territorialidades e Paisagens em Comunidades Rurais Tradicionais
Prof. Dr. Nicolas Floriani (PPGEO, UEPG)
Prof. Dr.Adnilson Almeida Silva (PPGEO, UNIR)
Prof. Dr.Celbo A. Fonsceca Rosas (PPGEO, UEPG)


16h00 - produção de texto
Local: UEPG, Campus Uvaranas, CIPP

Quinta (19)

9h00 - as 15h00
Historicidades, Memória E Paisagem Em Comunidades Rurais Tradicionais
Coordenação:
prof.Dr. Ancelmo Schorner (PPGH, UNICENTRO)
Prof. Dr. Adilçon Campigoto (PPGH, UNICENTRO)
Prof.Dr. Antonio Halisky (UFPR, Litoral)


16h00 - produção de texto
Local: UEPG, Campus Uvaranas, CIPP

Sexta (20)
09h30 - Recepção da Comunidade aos Participantes

10h00 -
História Vernacular Regional do Faxinal Sete Saltos e Conflitos Socioterritoriais Passados e Atuais
Coordenação: Prof. Msc. Marilei Ferreira e Marli Chagas.

13h30 -
- Visita Guiada ao Território - Geossímbolos passados e atuais do Faxinal: Floresta, Criadouro e Terras de Plantar: práticas produtivas, religiosas, festividades.


Sábado (21)

9h00 as 12h00
Curso De Capacitação Em Empreendedorismo E Economia Solidária (Interconexões e IESOL)
Profa. Dra. Reydi Rolim de Moura (IESOL, UEPG)
Administradora Tamires Benki (Interconexões, UEPG)


13h30 as 17h00
Curso De Capacitação E Empoderamento Jurídico (CASLA JUR)
Coordenação:
Advog. Nadia Pacher Floriani
Advog. Emerson Handa
Advog. Kenya Host
Advog. Alessandra Faraco
Advog. Adriano Falvo
Advog. Marcelo Bastos


Domingo (22) 

09h00 as 12h00

Curso De Capacitação Em Sistemas Agroflorestais - oficina participativa
Coordenação
Dra. Margit Hauer (IAP)
Prof. Dr. João Dermiski (IFPR, Irati)
Prof.Dr Nicolas Floriani (UEPG)
Msc. Ronir Fagundes Rodrigues (Interconexões, UEPG)
Samara Moleta (Interconexões-UEPG)
Miriane Serrato (Interconexões, UEPG)
Prof. Msc Tiago Augusto Barbosa (UEPG)
Prof. Msc. Sandra Engelmann (IFPR, Campo Largo)
Msc. Agronoma Andrea Mayer Veiga (CASLA)
Pedagoga Franciele Moreto (Interconexões, UEPG)


13h30 as 16h00
Oficina Prática de Enriquecimento florestal e Cultivo de Erva-Mate sombreada

17h30 - Confraternização

DISCIPLINA INTERINSTITUCIONAL: SABERES, PRÁTICAS E POLÍTICAS DE NATUREZA 2

Título da Disciplina: Saberes, Práticas e Políticas de Natureza II   DOCENTES E INSTITUIÇÕES   * Programa de Pós-graduação em Geogra...